O lugar de ouro da FRATERNIDADE
- raissavolker
- 10 de fev. de 2019
- 1 min de leitura
Atualizado: 20 de mai. de 2019

Eles conversam, a gente se mete. Eles brigam, a gente separa. Eles se abraçam, a gente se junta no bolinho. Eles se olham, a gente quer saber por quê. Aff... sempre que me pego nessa inércia, me puxo a orelha. Focamos muito na relação com a mãe, também com o pai, mas quando falamos de irmãos, é pra saber como lidar com ciúmes, brigas e nada mais. Não nos damos conta de que intervir excessivamente na relação entre irmãos é comprometer a intensidade e a pureza desse vínculo (que, sinto lembrar, é mais duradouro e menos cheio de broncas do que o deles com a gente). Quando eu fico na minha, deixo eles colocarem os próprios tijolos nessa relação, sem contaminar com o palpite da mãe ou a piadinha do pai. Só assim eles vão construir o espaço que é só deles, com as cores deles, do tamanho que querem. Lá é onde eles vão, por anos que nos ultrapassam, vivenciar esse presente que nós canalizamos – mas que, ironicamente, não passa necessariamente por nós: ter irmão. Quando mais liberdade damos para eles erguerem essa relação de forma autônoma, do jeito deles, mais eles reconhecerão esse espaço como deles, parceiros, irmãos. Brigas, abraços, conversas, silêncios, olhares... não nos dizem respeito. Ainda dá tempo de sair de fininho, deixar as expectativas pra trás e admirar de longe, com silêncio e transparência, essas pessoas vivendo a fraternidade do jeito deles, que não tem como a gente definir qual será. Mas quanto mais quietinhos ficamos, mais chance de ser forte.
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